Deriva continental
é o nome de uma teoria, também conhecida como Teoria Tectônica de Placas que trata do
movimento dos continentes pelo globo terrestre. Afirma tal teoria que as terras
emersas do nosso planeta vêm se movimentando desde sua consolidação, e continuam
tal deslocamento, em grande parte influência da ação no núcleo incandescente da
Terra. Assim, as posições que os continentes e ilhas do planeta ocupam hoje no
mapa eram e serão bem diferentes da configuração que apresentam hoje, ou seja,
os continentes estão à deriva pelo oceano, em movimento sem direção determinada.
A ideia da deriva
continental foi proposta pela primeira vez pelo cientista e meteorologista Alfred
Wegener em 1912. Em 1915 publicou o livro "A origem dos Continentes e dos
Oceanos", onde propôs a teoria, com base nas formas dos continentes de
cada lado do Oceano Atlântico, que pareciam se encaixar. Muito tempo antes de
Wegener, outros cientistas notaram este fato. A ideia da deriva continental
surgiu pela primeira vez no final do século XVI, com o trabalho do cartógrafo Abraham
Ortelius. Ortelius sugeriu que os continentes estivessem unidos no passado. A
sua sugestão teve origem apenas na similaridade geométrica das costas atuais da
Europa e África com as costas da América do Norte e do Sul; mesmo para os mapas
relativamente imperfeitos da época, ficava evidente que havia um bom encaixe
entre os continentes. A similaridade entre os fósseis encontrados em diferentes
continentes, bem como entre formações geológicas, levou alguns geólogos do hemisfério
Sul a acreditar que todos os continentes já estiveram unidos, na forma de um
supercontinente que recebeu o nome de Pangeia.
Argumentos:
- Morfológicos - Wegner apercebeu-se da complementariedade existente entre a costa ocidental de
África com a costa oriental da América do Sul, e mais tarde entre outros
continentes separados atualmente.
- Paleontológicos - Fósseis de seres vivos de
uma mesma espécie foram encontrados em locais que distam atualmente
milhares de quilômetros, estando ainda separados por oceanos. Devido às
suas características, assume-se que seria extremamente difícil que estes
seres vivos tivessem percorrido estas distâncias ou atravessado os
oceanos. Para além disso, cada espécie desenvolve-se num determinado habitat, o que implica que os locais
afastados estiveram outrora em zonas mais próximas do planeta, pois teriam
de ter o mesmo clima para possuir as mesmas espécies.
- Paleoclimáticos - Os sedimentos glaciares só
se formam em zonas de grandes altitudes e baixas temperaturas - pólos. No
entanto, foram encontrados estes sedimentos em zonas como a África do Sul
ou Índia, indicando que estes locais já se encontraram outrora próximos do
Pólo Sul, e que entretanto se
afastaram - mantendo os registros rochosos.
- Litológicos - Rochas encontradas na
América do Sul e África, com as mesma idade, são semelhantes (por exemplo,
formadas pelos mesmos minerais).
Para que isto aconteça, tiveram de estar expostas aos mesmos fenômenos de
formação de rochas. Pelo contrário, as rochas formadas atualmente nesses
locais apresentam características diferentes. Existe ainda continuidade de
formações rochosas entre as duas costas - como por exemplo cordilheiras montanhosas.
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